sexta-feira, 26 de junho de 2009

Dos que nascem e dos que morrem

Foi um dia agitado o dia de ontem. Recheado de acontecimentos antagónicos. Cheguei ao fim do dia, que era já começo deste outro, desorientada como se fica depois de uma volta na montanha russa, sem saber se tinha a cabeça no estômago, o estômago nas costas ou a garganta na barriga.
Felizmente que acabou tudo em bem se não considerarmos, evidentemente, a morte do Rei da Pop. Afinal somos todos humanos, todos nascemos e todos morremos, mesmo que de repente, mesmo que sem avisar, mesmo que sem esperar e isso é o que mais custa.
A notícia apanhou-me, como tudo no dia de ontem, no momento em que me regozijava pelo facto da minha mãe, com quem passei dois pares de horas no hospital, não ter nada de cuidado.
Tal como eu disse – uma montanha russa…
Hoje, quando abri os olhos, a primeira imagem que me veio à cabeça foi a dos dois bebés que nasceram ontem no hospital onde aguardei, ansiosamente, o veredicto sobre o estado de saúde da minha mãe. Passaram por nós, acabadinhos de nascer, enrolados nas suas mantinhas e encostados às mães cansadas.
Todos os dias morrem estranhos, mais-ou-menos-estranhos, absolutamente-nada-estranhos, conhecidos, super-conhecidos e às vezes lá morre um daqueles que todos-sabem-muito-bem-quem-é (foi).
Todos os dias nascem milhares de seres que ninguém conhece, ainda.
Quem sabe se algum deles não virá a ser um Rei de Qualquer Coisa…Quem sabe se ontem, no meio da angústia que a espera traz, não se cruzou comigo um futuro Rei?

1 comentário:

CF disse...

Uma das coisas que me fascina na vida é esta liberdade à nascensa; este mundo aberto, com um infinito de possibilidades, que se vão limitando à medida que crescemos...