segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Das perdas

A vida é feita de perdas.
Perdem-se amigos, empregos, dinheiros. Perdem-se tias e tios, primos e primas. Perdem-se avós. Perdem-se pais. Às vezes, filhos.
Há quem perca uns e não outros. Há quem os vá perdendo e quem os perca de seguida, como se de uma epidemia se tratasse.
Há também quem acredite que são esses os momentos que nos trazem oportunidades únicas de crescimento. E há quem fique zangado com o mundo e com Deus.
Mas por muitas perdas que se sofram, ao contrário do que seria lógico acontecer, cada nova perda é uma nova dor, uma nova surpresa, um novo choque.
Uma amiga, que me é querida, acabou de perder a mãe. Faz sentido. É a lei natural da vida – os mais velhos devem partir primeiro, até porque sofreriam muito mais se ficassem para trás. Ainda assim, sabendo isso, nunca se está preparado. Mesmo que eles, os nossos pais, sejam muito velhinhos já, mesmo assim, quando partem é um pedaço de nós que vai. É um cair que custa a levantar.

1 comentário:

CF disse...

É certo. Como trabalho com terceira idade, assisto frequentemente a essas perdas, naturais da vida. E já assisti a profundos desgostos, alguns dos quais me marcaram, como o de uma Senhora de 90 e muitos anos. Tristeza real, por parte de filhos e netos. É comovente, mas não deixa de ser de valor. Principalmente porque o acompanhamente em vida foi real, e a dor da perca era mais do que sentida...