quarta-feira, 5 de agosto de 2009

Foi assim...

Ontem estive na praia. Não fui de comboio, nem de carro. Fui a pé. Não estava mar chão, estava ondulado. E fui sozinha.
Deixei o saco coberto com a toalha para entrar no mar e hesitei no sentido do meu olhar. Se virasse as costas às ondas arriscar-me-ia a ter uma surpresa; se as virasse ao saco, arriscar-me-ia a outra…assim fui alternando, praia-mar; mar-praia. Entrei de lado.
A transparência da água comoveu-me; a sua frescura e as ondas que sempre temi, impediram-me de mergulhar.
Deitei-me. O sol incomodou-me as feridas que não há meio de sararem, produtos de um ataque fulminante de herpes, sem precedentes! Virei-me de costas.
Ao meu lado uma mulher não se despiu. Nem os ténis tirou. Sentada, não parava de falar ao telemóvel enquanto o marido e os dois filhos iam e vinham, para o mar…do mar…
No meu cérebro os monólogos não paravam. É sempre assim, quando estou sozinha na praia. Remexi o saco à procura da caneta e do papel que não levei. Olhei a mulher ao meu lado e lembrei-me do telemóvel. Foi lá que escrevi na esperança de os calar.
Ao fim de meia hora e três passeios com água pela cintura resolvi tomar o caminho de volta.
Confundi uma mulher com um qualquer cartaz publicitário e assustei-me quando ela se mexeu à minha passagem.
Enfim, posso dizer que dei início à minha época balnear.

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