sábado, 15 de agosto de 2009

Ontem, Hoje e Amanhã (e não, não tem nada a ver com a canção do José Cid)

Ultimamente não consigo ouvir noticiário nenhum sem ficar angustiada. Se não é a gripe é a crise; se não é a crise é o desemprego, que vem a dar no mesmo; se não é o desemprego é a Euribor que desce e os spreds que sobem; gente que rouba; aeronaves que caem…já tudo me faz confusão…
Por vezes desligo. Decido que não quero saber. Faço-me de cega e de surda.
Há pouco descobri que, independentemente das notícias, há sempre motivos para o medo se instalar. Quando mais não seja, o medo do desconhecido e o amanhã é e será sempre um desconhecido e, como tal, não tem substância para poder ser pensado. Em que é que eu penso quando penso no amanhã? Em nada. Não posso pensar em nada porque ainda não há nada para ser lembrado e os meus pensamentos ou são lembranças ou suposições. Então eu não penso no amanhã, suponho-o. E suponho-o sempre baseada no hoje e se o hoje me é constantemente mostrado como potencialmente catastrófico, eu só posso supor um amanhã catastrófico e um amanhã suposto catastrófico e encarado debaixo de medo tem muito mais hipóteses de vir a ser, efectivamente, catastrófico.
Mas se eu, em vez de pensar no amanhã, pensar no ontem, naquilo que já vivi, na riqueza que acumulei, em vez de sentir medo sinto paz, preenchimento e felicidade. Que sorte que eu tenho tido! Tantos amores! Tantas amizades! Tantas trocas! Tantas dádivas! Tantos momentos de Paz! Tantas certezas! Tanta segurança! Tanta felicidade! Tantos lugares visitados! Tantas lutas ganhas! Tantos momentos inesquecíveis!
Que rica sou!
E com isto, com o meu pensamento em tantos ontens, o meu coração acalma, a segurança retorna e a certeza de que o amanhã só pode ser bom, instala-se.

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