sábado, 5 de setembro de 2009

De volta à Terra

Eu sou uma pessoa paciente mas há coisas que me tiram do sério. Uma delas é ficar “pendurada”, fazerem-me perder tempo sem qualquer justificação, por desrespeito ou indiferença.

Há anos tive uma ginecologista que, sem desprimor para aquele que tenho hoje, foi a melhor ginecologista que tive em toda a minha vida. Até me ter zangado à séria com ela. Por três vezes, consecutivas, marcou-me consulta para as três da tarde e apareceu eram praticamente quatro horas. À terceira pedi-lhe todo o meu processo e anunciei-lhe que estava despedida. Perdeu uma cliente. Ficou transtornada, provavelmente nunca ninguém tinha protestado porque parece que neste país o médico ainda é o papão de quem se aceita tudo e mais alguma coisa. Para mim não há papões. Há clientes e fornecedores. Se pago, quer particularmente, quer publicamente, tenho o direito de exigir respeito e qualidade. Essa médica veio com a desculpa que só saia do hospital às três. Mas então se só sai às três porque carga d’água é que me marca consulta para essa hora num consultório que fica a, pelo menos, meia-hora de caminho?! Pensará a senhora que não tenho mais nada que fazer?!

Será que certas pessoas não têm a noção que ao atrasarem-se sem aviso prévio obrigam os que por elas esperam a fazer esperar outros e assim sucessivamente?

Hoje, o simpático cirurgião que me operou e eu tivemos um pequeno qui pro quo à pala disso mesmo.

Já aquando da primeira consulta, no consultório, este senhor, que a tinha marcada para a uma da tarde, chegou pouco depois da uma e meia. Eu já tinha avisado a recepcionista que se ele não chegasse nos cinco minutos imediatos eu me poria ao fresco e procuraria outro, ainda que isso me aborrecesse bastante já que este me tinha sido bem aconselhado. Chegou a tempo, mas atrasado. Eu expliquei à recepcionista que não tenho problemas nenhuns em esperar por uma consulta quando o médico está dentro do consultório a atender um outro doente. Tenho problemas quando sou a primeira e tenho de esperar por ele. Quem marca consulta para a uma, tem de estar à uma sentado atrás da secretária de bata vestida.

Quem opera alguém numa tarde, tem de estar no hospital para ver esse alguém no dia seguinte de manhã, tanto mais que o que estava acordado era uma cirurgia em ambulatório, o que significa que o doente sai no período da manhã do dia seguinte. Ora o período da manhã, nos hospitais particulares, pelo menos neste onde estive, acaba às onze. Faltava um quarto para o meio-dia e ainda ninguém sabia do senhor doutor, nem o que haviam de fazer comigo. Assinei um termo de responsabilidade e preparei-me para sair.

Ficou amuado?! Temos pena.

À parte esse pequeno pormenor está bem à vista que ele fez um óptimo trabalho. Ele e a equipa dele. Vejam bem a rapidez com que eu recuperei!...

2 comentários:

Goldfish disse...

Recuperou da operação e recuperou, também, a boa-disposição! Acho que o problema do atraso dos médicos é crónico, ou é bem ensinado numa qualquer cadeira da universidade... As pessoas acobardam-se porque sentem que precisam deles. É preciso lembrarmo-nos que, mesmo com numerus clausus, há muito peixe desse no mar!

Maria_S disse...

Por acaso isso do atraso dos médicos parece mesmo um mal geral. Eu até nem tenho muita razão de queixa, porque em n médicos a que eu vou (eu e as minhas filhas), só um é que é um atrasado por natureza. Como já sei isso então faço assim: ah e tal a consulta é para as 10h...ok e depois eu mesma só apareço 1h30m depois eheheeh e tem dado sempre resultado. Houve uma vez que por 5m ele já tinha chamado a minha filha, mas mesmo tendo ficado para o fim, foi mais rápido que ter de esperar 1h30m por ele eheheheeh. Vamos aprendendo. Beijinhos de melhoras :).