sexta-feira, 18 de junho de 2010

Reflexões

Sou mais exigente comigo do que com os outros. Muito menos permissiva.
Não gosto de errar, principalmente tratando-se de temas que penso dominar. Fico mal disposta, arreliada, verdadeiramente incomodada como se a perfeição fosse algo exigível, ou se o erro me estivesse vedado. Em contrapartida tendo a compreender tudo e todos, e a aceitar os erros alheios. Muitas vezes dou mesmo por mim a justificá-los. Ainda assim já fui pior. Estou um pouco mais exigente, com os outros evidentemente.
A questão é que não chega ser um pouco mais exigente com os outros, o que tenho de fazer é ser, também, um pouco mais permissiva comigo. Saber-me perdoar.
Mas nem sequer foi isso que aqui me trouxe. O que aqui me trouxe foi um exercício de pensamento que me ficou a bailar na cabeça – Esta disparidade existe porque a minha auto-estima é baixa ou, muito pelo contrário, é demasiado alta? Será que me considero o supra-sumo infalível enquanto os outros, vulgares de Lineu, são apenas criaturas que erram podendo assim ser perdoadas enquanto a mim me é vedada essa liberdade? Ou, muito pelo contrário, não me considero digna de tal?

2 comentários:

CF disse...

Julgo não ter a ver com auto estima, mas sim com objectivos de vida. Não me parece nada existirem por aí problemas nesse âmbito. Parece-me sim, a existência de uma pessoa com metas, fios condutores, ideias coerentes. É normal, típico das pessoas lutadoras, a vontade de acertar, quanto mais não seja porque lutam que se fartam, e o reconhecimento, mesmo o interno, faz parte do ser humano. Um sorriso Antígona :)

XR disse...

Talvez, Antígona, em parte como diz a CF, tenha a ver com o reconhecimento interior.

Tiram-nos tanta coisa, Antígona, tanta esperança, tanta capacidade de crer no melhor dos outros que só nos resta crer no melhor de nós próprios - é que o brio de algo que sabemos bem feito ninguém nos tira, mesmo que não o reconheçam exteriormente.
Nós sabemos o que fizemos. O resto... batatas.