domingo, 26 de dezembro de 2010

Estou bem. Estou a lutar.

Ultimamente, quando me perguntam como estou, respondo num tom sério, profundo – Estou bem. Estou a lutar.
E apercebo-me que estou, realmente, a lutar há muito tempo! Provavelmente toda a minha vida, ou uma grande parte dela. E não estaremos todos?
A lutar. A lutar por aquilo que queremos, por aquilo que acreditamos ser o nosso caminho, até mesmo quando parece que não fomos nós que o escolhemos mas aquele que nos saiu em sorte, estamos a lutar.
E à medida que o tempo passa, esse estar entranha-se e aos olhos dos outros somos uns lutadores. É, ou passa a ser esse o nosso orgulho, o nosso suporte quando vacilamos. Afinal não podemos, somos lutadores e um lutador não vacila. Pode perder, mas perde a lutar. Não vacila, não baixa os braços, não baixa as defesas. E, de repente, estamos transformados em verdadeiras fortalezas, penosas para quem quer entrar. Tão penosas que corremos o risco de ficar entrincheirados…
Lutar é indispensável. Tão indispensável quanto o é a salvaguarda daquela reserva de fragilidade que nos habita, e a certeza de que, se a utilizarmos, não sucumbiremos.

1 comentário:

J. disse...

Gostei tanto desde texto. Uma resposta tão boa que vou ter de roubar *