quinta-feira, 7 de abril de 2011

Estamos presos por fios...

A julgar pelas caras e atitudes que me rodeiam nem quero pensar o que será isto daqui a uns meses quando as coisas nos começarem mesmo a cair em cima – isto no caso de virem a cair mais do que já caíram até agora.

As pessoas andam “esquisitas”...

Vê-se gente empertigada, de pescoço hirto como quem se recusa a olhar o chão que pisa e teima em manter os olhos no céu.

Vêem-se outros de costas curvadas, vencidos já – provavelmente há muito – pelo peso do fardo que carregam. Estes dizem, insistentemente: Se a carga aumentar transformar-me-ei num primata porque a distância que dele me separa já é curta de tanto ter andado para trás no tempo.

Outros ainda riem por tudo e por nada! Os nervos é pr’ó que dão…Dizem disparates enfiados uns nos outros e nem dão por isso. Depois riem! Riem como se não houvesse amanhã – e se calhar não há…

Uma terceira espécie anda de cenho carregado e transpira agressividade. Convicta que está de saber muito bem como sair do buraco, não compreende como é que os outros não vêem o mesmo que ela.

Há ainda uma quarta – a daqueles que teimam em preservar a fé e os sorrisos. Aqueles que acreditam que interiormente se estão a preparar para o pior, certos de que as desgraças só o são quando aparecem porque com o passar do tempo mudam de categoria e passam a fazer parte da normalidade.

Mas nenhuma destas espécies faz a mínima ideia do que vai ser o dia de amanhã e, tirando aqueles que tiveram a sorte, a esperteza ou a oportunidade de amealhar qualquer coisita ou de manter um verdadeiro low profile, que é como quem diz - não fazer muitas ondas, andamos todos demasiado ocupados no combate ao medo o que nos limita a concentração no que é importante, que é o dia-a-dia seja de que trabalho for, de forma a que as coisas saiam o mais bem feitas possível e que não pareçamos um bando de atarantados, disparatados, antipáticos, provocadores, miserabilistas, derrotistas e pouco, muito pouco, produtivos.

É que é sempre quando mais se precisa seja do que for que o "seja do que for" mais se nos escapa por entre os dedos!

Calma! Neste momento precisamos de calma e de concentração. Concentrem-se no que é verdadeiramente importante e, se não conseguiram ainda descernir o principal do secundário, peçam o livro de instruções, perguntem a quem sabe ou pesquisem na internet mas, por amor de Deus, tenham calma. E sejam positivos. Aproveitem este momento histórico - sim, é um  momento histórico, provavelmente ao nível do crash novaiorquino. Um momento histórico! - para aprenderem a dar valor a tudo aquilo que os rodeia. Até aos passarinhos, não vão eles desaparecer de um momento para o outro... É aproveitar gente! É aproveitar! Sem alegria, boa-vontade, profissionalismo e, já agora, alguma simpatia, não se vai a lado nenhum.

1 comentário:

CF disse...

Grandes verdades Antígona. Tento isso todos os dias...