quarta-feira, 20 de junho de 2012

Farta! Fartinha! E muito, muito zangada!

Já aqui falei disto, até mais do que uma vez. Mas é um assunto que mexe tanto comigo que não posso deixar de o fazer uma e outra e outra vez, na esperança, sempre lograda, de que o meu sussurro, que eu queria que fosse grito, mude o estado de coisas. Que as pessoas se envergonhem, se ainda souberem o que isso é; que reconsiderem, se conhecerem o significado; ou reflitam, mais difícil ainda.

Hoje toda a gente garante. Eu garanto-lhe isto; garanto-lhe aquilo; garanto-lhe aqueloutro… Pela minha parte podem meter as garantias naquele sítio onde o sol não brilha. Não me garantam nada. Surpreendam-me.

Antigamente a palavra era tudo o que um homem tinha. Às mulheres, como não tinham praticamente nada, ninguém exigia coisa nenhuma, nem mesmo a palavra. Com o tempo, todas as garantias passaram a ser postas no papel. Quanto às palavras, empurradas para segundo plano, deixaram de ter peso e começaram a ser levadas, cada vez mais facilmente, pelo vento, pela brisa e, agora, até pela simples expiração. Já não pesam nada. Nada! O que significa que todos podemos dizer o que muito bem nos aprouver em dado momento já que não é o que dizemos que conta mas as circunstâncias em que podemos, ou não, cumprir com o que dissemos. E tão dependentes estamos das circunstâncias, que temos forçosamente de compreender os incumprimentos alheios, mesmo aqueles que se encostam, confortavelmente, às ditas.

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