quarta-feira, 27 de junho de 2012

"Ou paga agora ou se não paga, fica sem carta e sem dinheiro..."

Abro o mail que todos os dias me traz o resumo diário da empresa e as primeiras frases que leio – “Aproveite as oportunidade de Verão antes que o sol se ponha”; “Pede já o teu cartão gratuito(…)” –  recordam-me urgências que quero esquecer. Urgências, como estas, impostas ao longo do tempo e falsas, fictícias. Urgências que só servem a quem vende e nada mais. Sejam produtos ou serviços, as urgências só servem a quem vende porque o tempo de viver ao ritmo certo acabou há muito. Acabou no momento em que se instituiu um ritmo universal feito de prazos atrás dos quais corremos e para os quais vivemos. Por vezes sinto que a vida, a vida mesmo, se processa entre os prazos de pagamento disto e daquilo. Respiro fundo sempre que liquido o que é para liquidar e relaxo numa clara intenção de prolongar esse relaxamento. Mas logo logo me aparecem mais contas, com outros prazos, e parece que os intervalos entre elas são sempre, e cada vez mais, apertados.

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