domingo, 19 de agosto de 2012

Isto não é nenhum artigo científico; nenhuma crítica academicamente reconhecida; nenhuma análise ou interpretação erudita. Isto é apenas, e tão só, um desabafo.


Não é a primeira vez que me acontece. Creio até que não é a primeira vez que faço aqui referência a este particular – a erudição desbravada de certos textos, incapacitando ou dificultando enormemente a sua interpretação por parte do público em geral, do vulgar de Lineu.

Como é que se explica que uma possível interpretação de uma obra, por exemplo, de Marx Weber, seja mais complicada do que a obra em si? Que intenções, se é que existem, estarão por detrás desse eruditismo classista? Que limitações?

A cultura e o conhecimento são passíveis de ser consumidos por todos e não podem estar restritos às escolas ou às universidades. A cultura e o conhecimento devem circular numa linguagem simples e acessível até mesmo àqueles que não tiveram a oportunidade de ler os textos mais intricados. Creio, sinceramente, na possibilidade de “tradução” dos textos mais ricos de modo a torná-los acessíveis a todos. Creio até que, se há certos saberes que não circulam por aí, é porque a sua circulação não serve os interesses de uma determinada classe, de uma minoria.

Aos senhores que gostam de interpretar obras de autor, por favor façam-no de modo a que as suas mensagens mais importantes, as suas “revelações” se tornem acessíveis a todos. Desçam dos vossos pedestais e sigam o exemplo do Padre – falem aos peixes.

Ah! E, por favor, se alguma vez acharem que me estou a armar aos cucos, por favor reclamem.

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