domingo, 19 de maio de 2013

Da famíla (parte II)

Pode até parecer estranho. Principalmente aos corações mais radicalizados na tradição. Um funeral é uma despedida e uma despedida não é uma coisa alegre, exceto, talvez, quando o prazer de ver toda a família reunida suplanta a tristeza de deixarmos de ver quem partiu.
É certo também que as partidas dos mais velhos custam menos, custam-me menos, do que as dos mais novos. No seguimento do texto anterior, chorei muito a perda da primeira das irmãs. Porque era a mais nova e porque deveria ter tido mais vida pela frente; deveria ter conhecido as netas lindas que veio a ter. Deveria ter estado mais tempo entre nós.
As outras irmãs, aquela de quem nos despedimos há seis anos e esta de quem nos despedimos hoje, deixam saudades mas a sua viagem faz sentido. Foram no tempo delas. Conheceram netos e bisnetos. Foram felizes, tanto quanto o souberam ser. E as suas memórias repousarão em nós até que a morte, que as levou, nos leve também a nós. Assim é a vida. Uns nascem, outros morrem e hoje eu conheci o membro mais novo da família, uma Madalena de seis meses linda linda!
Rodeada de todos os que amo, fui feliz. E se o céu existe, ou aquilo que lhe quiserem chamar, a minha tia também o foi porque não há, não pode haver, maior felicidade do que aquela de estarmos rodeados dos nossos, e ela hoje esteve.

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