Eu sei que há demasiada informação. Demasiada gente a
utilizar as redes sociais para promover isto e aquilo, dizer o que pensa,
desabafar, tornar público, até, o que dantes era privado.
Antigamente, e este antigamente vai até onde cada um
quiser, as nossas preocupações ficavam-se por aquilo que nos era próximo – a nossa
família, os nossos amigos, o nosso local de trabalho. Agora elas estendem-se
aos confins do mundo. Agora elas são sociais, universais, demasiadas… e o espaço
que dentro de nós lhes dedicamos é cada vez menor. Já não há pachorra mas,
fundamentalmente, não há estrutura – afligimo-nos sabendo que pouco ou nada
podemos fazer ou, pelo contrário, acreditamos que a nossa participação é
importante, acreditamos que podemos fazer a diferença se nos mantivermos
activos o que, muitas vezes, pode ser um factor acrescido de frustração quando
verificamos que, afinal, as coisas acontecem independentemente de nós e é aí
que temos vontade de regressar ao lugar que muitos não conheceram mas que persiste
na nossa memória – aquele das preocupações mais nossas, mais próximas, mais
leves até mas, sobretudo, centradas na fonte de onde brotam, também, as maiores
alegrias.
Contudo, os meios-termos existem. Ainda há coisas que
podemos fazer. Que, não fazendo parte do nosso círculo mais estreito, nos
pertencem e podem alterar, para melhor ou para pior, o nosso pequeno mundo. Há
decisões nas quais podemos ser úteis ajudando os pequenos mundos dos outros.
Existem ferramentas que circulam por aí e que terão o
valor que terão mas que, na minha modesta opinião, valem sempre a pena utilizar
se acreditarmos que aquilo que defendem é o que devem defender. Falo das
petições; das páginas do Facebook; das cartas abertas.
Por muita vontade que as cúpulas tenham em tomar decisões
independentemente de nós, uns milhares de assinaturas fazem a diferença. Podem,
realmente, impedir qualquer coisa mas, quando mais não seja, deixam-nos cientes
de que fizémos a nossa parte.
Aqui vos deixo uma que me é querida. Para ela, peço a
vossa ajuda. Partilhem-na com os vossos amigos porque, para nós que por cá vivemos, já nos bastam os silos para estragar o que estava, não precisamos de contentores. O que queremos mesmo é praia e areia branca; pesca artesal e turismo - tudo o que existe por estas bandas e a que temos direito.