terça-feira, 12 de novembro de 2013

Tecnodependência


Tal como os primeiros consumidores de substâncias psicotrópicas, os ainda novatos consumidores desta substância a que se dá o nome de novas tecnologias não têm presente a fronteira que separa a utilização da dependência.

Existem mais dependentes do que aquilo se conhece, reconhece ou imagina. E o mais grave é que, como de costume, se encontram, em maior número, entre os adolescentes e os pré-adolescentes.

Rapazes e raparigas – mais estas do que aqueles -, incapazes de se concentrar em tarefas exteriores à internet e sem saber o que fazer às pontas dos dedos se não estão a clicar em teclados ou em ecrãs, há mais do que se sabe. É vê-los, de telemóvel escondido no colo, ou mesmo debaixo das pernas, a percorrerem as páginas do Facebook enquanto os livros e os cadernos descansam em cima das mesas, alheios, eles e elas, aos seus conteúdos.

Todos os sintomas nos empurram para a dependência, mas, dado que se trata de vício recente, preferimos ignorar. Pois é minha convicção que a coisa pode vir a ficar séria se não formos capazes de aprender a utilizar as novas tecnologias em nosso proveito ao invés de nos deixarmos dominar por elas mas, sobretudo, urge controlarmos o uso que os nossos adolescentes e pré-adolescentes fazem delas. Os smartphones foram, na minha opinião, a gota de água que fez o copo transbordar – são mais pequenos, mais fáceis de esconder e, por isso mesmo, mais difíceis de detetar.
 

1 comentário:

Majo disse...

Penso que é um fenómeno que deveria merecer um estudo sério na relação benefícios "versus" malefícios.
Excluindo a utilização indevida em locais de estudo, não me parece grave. Não conduz a efeitos degradantes, como acontece com a dependência de substãncias químicas.
É um tipo de vício que se cura fácilmente com a saída do armário: com a liberdade da vida académica, a conquista de uma vida social, com o namoro a sério e finalmente, com os deveres familiares e laborais.
Os nossos adolescentes estão também a pagar a fatura da dívida nacional: aturam pais stressados; vivem em apartamentos exíguos; normalmente dividem um quarto; não tendo espaço e um mínimo de privacidade. O único televisor serve o noticiário e as novelas; os dias são curtos; os pais preferem ver os meninos agarrados às maquinetas do que fora de casa, na noite...
Adolescentes saudáveis devem conviver com adoslescentes...
Talvez caiba à Escola, integrar os "smartphones" e ensinar aos jovens a melhor maneira de os utilizar como meio de estudo e aprendizagem e otimizar o seu uso como meio de diversão...

Beijinhos...